Estudo do Ofcom cobre Facebook, TikTok, Instagram, Snapchat, Twitter e YouTube, todos eles com limite de idade de 13 anos
De acordo com uma nova pesquisa, 1/3 dos usuários de redes sociais entre 8 e 17 anos registram a idade de um adulto, ao escolher uma data de nascimento falsa. Como resultado, jovens usuários são mais propícios a serem expostos a conteúdos adultos e prejudiciais, visto que as plataformas acreditam que eles são mais velhos do que sua idade real.
Segundo a pesquisa liderada pelo Ofcom, o Escritório de Comunicações do Reino Unido, a maioria dos usuários dessa faixa etária possuem seu próprio perfil em pelo menos uma das principais plataformas. O órgão regulador revela: “Quando uma criança declara uma idade falsa a fim de acessar redes sociais ou jogos online, ela vai envelhecendo, assim como a idade que alegou ter. Isso aumenta o risco de as crianças encontrarem conteúdos danosos ou inapropriados”. Foi acrescentado que quando um usuário faz 16 ou 18 anos, algumas plataformas introduzem ferramentas indisponíveis a jovens usuários, como mensagens diretas e a possibilidade de se acessar conteúdos adultos.
O estudo do Ofcom cobriu 6 das principais plataformas – Facebook, Instagram,TikTok, Snapchat, Twitter e Youtube – todas elas possuindo um limite de idade de 13 anos. Os resultados sugeriram que 32% das crianças entre 8 e 17 anos com perfis em redes sociais afirmam ter acima de 18 anos, enquanto quase metade delas fingem ter pelo menos 16 anos. Os 3 sites mais populares dentro desse grupo são YouTube, TikTok e Instagram. A maioria dos participantes da pesquisa criaram seus perfis sozinhos.
O administrador do fundo de caridade Carnegie UK Trust, William Perrin, descreve o estudo como uma prova de que o Ofcom sabe onde se encontram as falhas nas operações das firmas de tecnologia: “Isso é um aviso da Ofcom às plataformas, mostrando que eles sabem o que está acontecendo com esses serviços”.
As plataformas precisam, pela legislação da Online Safety Bill, prevenir o acesso de crianças a conteúdos prejudiciais, a exemplo de materiais de suicídio e auto-mutilação. Recomenda-se uma rigorosa checagem das idades dos usuários, e como parte de um processo de avaliação de riscos, o Ofcom decidirá se essa checagem está sendo realizada corretamente, em cada uma das plataformas.
O órgão também publicou uma pesquisa mostrando que as crianças preferem o método da autodeclaração para definir suas idades nas mídias sociais, enquanto os pais preferem a possibilidade de eles confirmarem a idade de seus filhos em suas contas.
A Meta, dona do Instagram e do Facebook, utiliza a inteligência artificial para encontrar usuários menores de idade. O YouTube, propriedade do Google, além de disponibilizar separadamente a plataforma YouTube Kids, permite a abertura de contas por crianças abaixo de 13 anos, desde que haja a supervisão de um pai ou responsável. O TikTok possui um espaço onde o usuário precisa revelar sua data de nascimento completa.
Um porta-voz do Snapchat disse: “A verificação de idade é um desafio da indústria inteira, e estamos tendo conversas com outras empresas e formuladores de políticas a respeito de soluções consistentes e efetivas”.
Fonte: The Guardian
Traduzido e adaptado por Lucca Caixeta
11/10/2022
Link da matéria original: https://www.theguardian.com/media/2022/oct/11/adult-online-age-eight-to-17-year-old-social-media-users
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Postado por lucca em 11 de outubro de 2022