Homem acusa YouTube de extrair dados de crianças do Reino Unido

01
mar

Duncan McCann, membro do grupo de advocacia infantil 5Rights, enviou uma reclamação formal acusando o YouTube de coletar dados de crianças. Esta é a primeira queixa a alegar que uma grande companhia tecnológica tenha violado um novo código de adequação à idade criado em 2021, e foi direcionada ao Information Commissioner’s Office (ICO). McCann pede que a organização pública britânica faça o Google parar de coletar dados de crianças, exija uma multa de até 4% do faturamento anual da Big Tech, e considere a reversão ou a eliminação de sistemas ou máquinas treinadas na coleta de dados.

O responsável pela acusação declara: “Imagine o YouTube como um adulto desconhecido seguindo seu filho online com um clipboard virtual, gravando tudo o que ele faz. Isso está acontecendo todos os dias, e estão fazendo isso com outras 5 milhões de crianças do Reino Unido também, resultando em uma enorme reunião de informações pessoais. Além de ser contra a lei, este é um experimento social não licenciado realizado em nossas crianças, cujas consequências são incertas.”

Oficialmente, o YouTube proíbe a utilização de seu website por menores de 13 anos, mas McCann alega que a empresa não conseguiu garantir que as crianças pequenas estão seguindo as regras e usando a plataforma apenas com a aprovação de seus pais. As crianças menores de 13 tem à sua disposição o YouTube Kids, app separado e com um processamento de dados muito mais restrito, mas uma pesquisa do Ofcom mostrou que, enquanto a soma de YouTube e YouTube Kids foi utilizada por 89% das crianças de 3 a 17 anos, apenas 40% dos usuários de 3 a 4 anos utilizaram exclusivamente o YouTube Kids, com a proporção sendo ainda menor entre crianças mais velhas.

Beeban Kidron, fundador do 5Rights, apoia a reclamação de McCann: “Está muito claro que regimes de privacidade de dados são cruciais para a segurança das crianças online. As empresas não podem escolher a quais elementos das leis de dados elas vão aderir. As crianças precisam ser providenciadas com o mais alto grau de privacidade de dados, para que sua exposição a experiências prejudiciais na internet seja diminuída.”

Um porta-voz do YouTube respondeu às acusações: “Ao longo dos anos, fizemos investimentos para proteger crianças e suas famílias, como o lançamento do YouTube Kids, novas configurações para conteúdos infantis, e o aumento de experiências apropriadas a idades jovens. Seguindo as orientações adicionais fornecidas, implementamos ainda mais medidas para fortalecer a privacidade das crianças dentro do YouTube, como configurações-padrão mais protetoras e a supervisão da experiência dentro da plataforma. Continuamos determinados em continuar nosso contato com o ICO e outros stakeholders como crianças, pais e especialistas na proteção infantil.”

 

Fonte: The Guardian

Traduzido e adaptado por Lucca Caixeta

01/03/2023

Link da matéria original: https://bit.ly/3kD3vzL

 

 

Veja também: Rock Content explica a Mineração de Dados: https://bit.ly/3kDmme4

Categorias:#Noticia

Postado por lucca em 1 de março de 2023

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