Os motivos por trás das demissões em massa nas gigantes da tecnologia

06
fev

No final de janeiro, a CNN Brasil publicou um texto, comandado por Tamara Nassif e apoiado por entrevistas, fornecendo explicações a respeito dos constantes anúncios de cortes de grandes números de funcionários nas maiores instituições de tecnologia do mundo (as Big Techs). É dito que, em um período de três meses, empresas como Meta, Twitter, Google e Microsoft demitiram, juntas, mais de 62 mil funcionários. Agrupando todo o ano de 2022, o número de cortes chegou a 150 mil, segundo o website Layoffs.fyi.

Se as empresas buscaram ter uma maior presença digital durante a pandemia da COVID-19, o cenário pós-pandêmico é diferente: o setor da tecnologia foi bastante impactado por eventos como a quebra das cadeias globais, a guerra na Ucrânia, e o aumento das taxas de juros pelos bancos centrais ao redor do mundo.

A CNN entrevistou o analista internacional da XP, Rafael Nobre, além de outros profissionais. Nobre explica as consequências do atual cenário econômico nas Big Techs: “Os apertos monetários acabam causando uma desaceleração econômica, que é refletida diretamente nos balanços destas empresas, que acabam sofrendo com queda de receita e, atualmente, ainda tem o agravante da inflação que causa aumento nos custos. […] O boom da pandemia acabou. A inflação disparou de modo global e, com as políticas monetárias dos Estados Unidos e da Europa mais apertadas, as grandes empresas estão refletindo essa desaceleração da economia”.

Voltando à situação anterior, a maior digitalização das empresas causada pela pandemia fez com que a maioria delas passasse a fazer uma grande quantidade de contratações. A Meta, por exemplo, teve seus investimentos aumentados por seu CEO, Mark Zuckerberg, por conta do otimismo causado pelos bons números da empresa durante a pandemia. Posteriormente, Zuckerberg considerou seu movimento um “erro de cálculo”, cujo resultado foi a demissão de mais de 11 mil funcionários. Zuckerberg assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e pronunciou-se no final de novembro de 2022: “Não apenas o comércio online voltou às tendências anteriores, mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da concorrência e a perda de anúncios fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava”.

O consenso entre analistas de mercado é de que há cerca de 65% de chance da economia norte-americana entrar em recessão em 2023, por causa do atual patamar dos juros.  Se isso realmente acontecer, todas as empresas estarão inseridas numa situação bastante complicada. Por isso, elas estão praticando a, redução de custos para manter a rentabilidade e a saúde financeira durante momentos de instabilidade.

A CNN também fez contato com Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação, e Junior Bornelli, CEO da StartSe. O primeiro reforça a necessidade de as Big Techs se adaptarem, pois agora estão mais conectadas com empresas de outros setores: “Elas sempre foram tratadas como se fossem uma categoria absolutamente à parte. Agora, a realidade bateu, e ajustes precisam ser feitos.

Já Bornelli, além de concordar com a importância dos fenômenos econômicos por trás dessas atitudes das empresas, faz um alerta a outro ponto: “[…] não podemos descartar o uso crescente de inteligência artificial nessas empresas. […] É provável que parte desses movimentos sejam também impulsionados por uma substituição de força de trabalho humano por algoritmos de grande eficiência”.

Especula-se que as demissões em massa nessas instituições podem criar um “novo normal” no setor, e o mercado, aparentemente, se mostra favorável a esse cenário. A Alphabet (dona do Google), por exemplo, após anunciar o corte de mais de 12 mil funcionários, teve uma alta de 4,67% em suas ações.

 

 

Fonte: CNN Brasil

Adaptado por Lucca Caixeta

06/02/2023

Link da matéria original: https://bit.ly/3DEiOP2

Categorias:#Noticia

Postado por lucca em 6 de fevereiro de 2023

Voltar