China define nova medida de remoção de tecnologia estrangeira de seu governo

09
dez

Diretiva provavelmente é um golpe a multinacionais dos EUA como HP, Dell e Microsoft
O presidende chinês, Xi Jinping, ordenou que todo o equipamento informático e softwares de origem estrangeira sejam removidos de escritórios do Governo e instituições públicas em até três anos, comunicou o Financial Times.

Essa medida, além de provavelmente combater multinacionais como HP, Dell e Microsoft, contra-ataca tentativas de Washington de limitar o uso de tecnologia chinesa, em meio à “Guerra Fria Tech” travada entre os dois países.

No começo de 2019, a administração Trump baniu os negócios entre norte-americanos e a empresa chinesa de telecomunicações Huawei. Mais tarde, em Maio, as empresas Google, Intel e Qualcomm revelaram suspender a cooperação com a Huawei.

Com isso, Trump deixa claro que a verdadeira batalha entre as duas superpotências é para decidir qual delas terá a vantagem tecnológica para as próximas duas décadas.

Essa é a primeira diretiva pública chinesa conhecida que define alvos específicos para a limitação do uso de tecnologia estrangeira no país, apesar de ser, em parte, uma ação com foco em aumentar a confiança dos chineses em sua própria tecnologia.

Estima-se que entre 20 e 30 milhões de peças de hardware seriam substituídas. Analistas revelaram ao Financial Times que 30% das substituições aconteceriam em 2020, 50% em 2021 e 20% em 2022.

A ordem teria vindo do escritório central do Partido Comunista Chinês no começo do ano, disseram os analistas. Dois funcionários de firmas de cyber-segurança afirmaram ao jornal que clientes do Governo teriam descrevido a política.

Substituir todos os dispositivos e softwares nesse intervalo de tempo será desafiador, visto que muitos produtos foram desenvolvidos para sistemas operacionais americanos como Windows e Microsoft. Escritórios do Governo Chinês tendem a utilizar computadores desktop vindos da Lenovo, propriedade chinesa. Porém, os componentes dos computadores, incluindo chips processadores e hard drives são todos fabricados por empresas norte-americanas.

Em Maio, Hu Xijin, editor do Global Times na China, afirmou que a suspensão dos negócios entre os EUA e a Huawei não seria fatal, visto que a firma chinesa “planejava esse conflito há anos”, além de visar desenvolver sua própria indústria de microchips para rivalizar com a americana.

“Cortar serviços técnicos à Huawei representará uma grande reviravolta no uso de chips domésticos e na Pesquisa e Desenvolvimento chineses”, disse Hu em uma postagem numa rede social. “O povo chinês não terá mais ilusões a respeito do constante uso de tecnologia americana.”

Fonte: The Guardian

Traduzido por Lucca Apollonio Caixeta

Categorias:#Noticia#Tecnologia

Postado por Criar Digital em 9 de dezembro de 2019

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